MARIA DA PENHA
Atravessei a porta
Sem olhar para trás.
Não importa os pedidos seus,
Ou tampouco se me disse: Vai!
Eu vou em passos lentos
Contando os degraus
Desfiando alentos
Conduzindo a nau.
Os mares bravios,
Os sonhos nevoentos
O peito em sobressalto
A música do vento
E o voo em desafio...
À porta entreaberta
O olhar distante
E silhueta ereta
Desenhando a maldade
Em sua acinesia.
Eu vou, sem olhar para trás,
Traçar meu enredo,
Sem dores ou medos
Buscar a minha paz,
Fazer-me poesia,
Longe de você...
By Nina Costa, 24/05/2020.
Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil.