Incandesça
Que haja luz!
Em olhos,
corações,
que ascenda aos céus
o brilho subjetivo.
Que explodam os fogos de artifício em comemoração.
Celebremos as relações incandescentes,
as pessoas inflamáveis,
as luzes mortais,
que cientes de seu fim
queimam e apagam.
Você,
você,
você,
você,
VOCÊ!
Porque não se senta,
veio buscar fogo?
(Risos)
VOCÊ!
Quais são as cicatrizes que traz consigo?
Quais as dores que ninguém mais consegue compreender?
Com qual peso imprime suas pegadas?
Seja firme no aperto de mão, esponjoso no abraço,
seja profundo em conhecimento e raso no espelho.
Doe-se, sempre!
De tantas janelas se jogaram anjos
que tiveram suas luzes apagadas.
Setembros amarelos, outubros cor de rosa,
novembros azuis.
Tanto tumor crescendo e
tão pouca gente morrendo de amor.
As correntes dos pulsos e calcanhares foram quebradas.
Áureas leis navegando pelos mares.
Mas das correntes de fato nunca nos libertaram,
mudaram o seu nome, sim!
Chamam-nas agora de sociedade.
Ontem amei antes de dormir.
Hoje, acordei amando.
Pro resto dos dias, amarei.
Valido em mim olhares, sorrisos, presença.
São válidos pra mim, lágrimas, dor, luto,
Porque a vida é isso, luta!
E a gente ganha e perde, a gente perde e ganha, vivendo.
Nunca suportei não entender. Fosse a piada, a moral da história uma equação matemática.
Ter de haver-me com a minha ignorância,
é perder o privilégio de ignorar.
Tamanha energia aversa, conflituosa, que me joga em cima de:
Comos e porquês. Até que por fim, eu seja capaz de entender.
Quis ser:
Pássaro.
Acordar todas as manhãs e alçar vôos.
Ir tão longe quanto minhas asas me permitirem e ao fim do dia,
saber voltar ao ninho que fez quem sou.
Quis ser e assim fui,
sendo tudo o que pude,
gostasse eu ou não.
Hoje, não temo a morte, sou imortal!
Meus vinte e poucos anos atestam isso.
Tenho todo o tempo do mundo.
Vou brilhar enquanto gente, subjetivamente.
Serei lido, serei interpretado, lembrado em rima e prosa.
Para, quando não mais existir e por fim virar comida de estrelas, queime em céus noturnos onde o brilho humano sequer foi mencionado.
- Você olhou já pro céu hoje?
- Sim! Já ergui meus olhos.
- E você?
- Já olhei também!
- E o que foi que viram?
- Eu, vi pássaros e aviões buscando novos pousos, vi pipas, balões e sacolas plásticas. Vi a chuva armar e decidir ir chover em outros quintais
-Você?.
- Eu, vi no céu azul nuvens apetitosas, que moldadas pelo vento dão asas a imaginação. Hoje vi: Corações, coelhos, flores e cavalos nublando o céu. Montanhas imensas de vapor, que convidado à abstração, me atrevo a imaginar seus sabores. Ainda torço para serem doces, todos esses algodões no céu.
- E você que nos pergunta, o que viu? Viu as pipas e balões? A chuva indo pra longe?
- Viu as montanhas doces ou corações?
- Bem, eu hoje estive distraído, e olhando para outros cantos, não vi.
Que haja luz!
Eternamente.
Para que assim eu possa ver
todas as coisas.
O tempo age em tudo.
Fauna, flora e minerais.
O tempo age em tudo o que há no universo.
Até estrelas morrem.
Levando em consideração que pensamos e
abusando de toda nossa insignificância direita,
nos permitamos amadurecer.
O carvão leva tempo pra ficar caro,
bem como a semente precisa alcançar ‘idade madura’ para dar frutos.