Das fake news e muito mais

Conhecereis a verdade, me disseram,

Meio confusos com a segunda do plural,

Qualquer pessoa pode ser boçal,

Está nos jornais, os boçais se superam.

Numa banquinha de beira de estrada,

Para comer, de dentro do meu quarto,

No meio da noite, no anonimato,

Comprei a verdade, bem embrulhada.

Da segurança das minhas paredes,

Aticei os membros dos tribunais,

Os promotores e defensores gerais,

Servi minha verdade nas redes.

A condenação é ampla é diária,

A argumentação é aleatória,

Atenção, para mim, é a glória,

A execução é sempre sumária!

Não há defesa, somente contenda,

Não existe recurso nem cabe bom-senso,

Quanto mais posto, menos eu penso:

E não há polícia que me prenda.

Sou um boçal que não checa a fonte,

Sou o reflexo da preguiça do povo,

Copio e colo, não falo nada de novo,

Em matéria de lixo, eu posto um monte!