Liberdade genuína

LIBERDADE GENUÍNA

O que esperar de um pais que tem em sua estrutura entranhada a cultura do racismo?

Um pais que até hoje ovaciona uma princesa branca que sempre se deliciou dos frutos colhidos à base das chicotadas...

Um pais que tem a cultura de não reconhecer seus verdadeiros heróis e suas heroínas legítimas...

Mas a historia é implacável! E mesmo sem acesso as escolas, o povo negro tem buscado conhecer seus heróis e heroínas deixando de lado esse mito de quem libertou os negros foi uma princesa branca que desfrutou de todos os manjares banhados no sangue negro sem considerar a resistência do povo escravizado vivendo, escrevendo e contando essa versão dos acontecimentos.

Não vamos esquecer que os nossos antepassados já eram reis e rainhas, príncipes e princesas que lutaram verdadeiramente por uma liberdade justa onde pudessem viver em paz como viviam antes de serem arrancados violentamente de suas terras.

Viver a paz que a sua crença trazia

Na paz e na riqueza de seus lares onde eram reis e rainhas

Na paz que só os sons que os instrumentos percussivos de pele animal produzem...

Assim não podemos jamais esquecer e dar o devido valor a quem realmente lutou...

O que dizer da Adelina que atuava como espiã pela luta contra a escravidão? Ou da Maria Firmina, Maria Tomásia, Luíza Mahim, Luiz Gama, Dragão do mar e tantos outros de muita importância e que deram a vida em busca de uma liberdade genuína

Liberdade que é uma busca até os dias atuais onde morrem mais e mais jovens negros...

Nos dias em que as mulheres pretas e pardas são as mais violentadas nos espaço privados e nos públicos também!

Em dias que a maior população carcerária é negra!

Dias onde para os negros e negras se manterem nas universidades são trajetórias repletas de obstáculos...

Na busca da visibilidade, estudamos para sermos melhores ao extremo...

Para sermos vistos, brilhamos na arte do cantar, na bola e jamais deixamos de lutar pela igualdade de direitos a todos e todas, honrando o legado dos que doaram suas vidas por acreditar nessa vitória e mesmo cansado em meio a essa luta, minha ancestralidade me dá forças para lutar.

Antônio Cardoso
Enviado por Antônio Cardoso em 14/05/2020
Reeditado em 14/12/2020
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