Ilusão cega do quando
Quando passar -
toda faísca de espera assim principia.
São tempos de colecionar propósitos
tudo arranjado em desejos esperançados
Quando passar?
Quem diz?
já não somos as mesmas.
Quando passar,
restarão lares incompletos,
gentes restritas,
planos interrompidos
medos do abraço,
sonho com mortos,
saudades eternas,
pesares tardios
epitáfios
desempregos
decepções
revoltas
fome de coisa tanta!
Então não terá passado.
E ainda assim seguiremos,
almas resilientes
em corpos mutáveis
zumbis de uma nova era.
Eva Vilma - do olhar pela janela da casa de dentro.