Filhos da pauta




Já é hora de colocar na poeira
o que resta deste amor,
neste fim de peito,
no fundo do balde, no final, água
que lava meu rosto,
meu insucesso.
É hora de párar,
tempo de marcar a saída,
pular fora do vagão
que prossegue viagem
cortada para a estampa,
refletida nas águas do balde.
É hora gente, de arrepiar o verbo,
gritar e ficar,
se acovardar no repúdio,
encolher sem resgate.
Pouco falta para o tropeço final
ao encontro das estrelas...
das cadentes,
fazer o mergulho
sem ruído, sem barulho,
e cativar apenas lembranças
nas saudades e elogios,
típico clamor falso”.
É quase o exato,
o certo ou incerto instante
de tirar a bola do jogo,
que rola, rola
como cabeças na guilhotina.
Sem tato, sem querer ser irreverente,
calo-me aos abusos,
louco para elogiar a vida, enquanto é vida,
mas, iria sujar os fins das pautas.