GUERRA DE PEDRAS (AS FAVELAS)
Nas favelas, germinam o ódio e a revolta
A fome e a falta de empregos rasgam o tempo
E a ociosidade dilacera a Paz e seus sonhos
Rios de lama alagam os alimentos da dignidade
Frutas podres, carne navalhada, água contaminada
Doenças vêm com sua foice de injustiça
E cortam as cabeças dos acomodados, distantes do real
E o real aqui é de dor e miséria esfarrapada
Crianças guerrilheiras fuzilam a “Ordem Social”
E põem de pernas pro ar os ricos e o Poder
E o Poder passa às mãos sujas e frágeis de anjos armados
Adolescentes tiranos guerreiam e se coroam Juízes e Reis
Numa mão a espada, na outra a balança
Mas seus olhos estão abertos para matar e roubar