Penúria

Caminho em direção do nada,

Caminho sem direção,

Continuo a caminhar,

Pra quem sabe achar,

Alguém que me estenda à mão.

E se eu lhe pedisse um pão?

Negaria-me a mão?

E se fosse um tostão?

Ficaria eu sem direção.

Sinto frio,

Frio que toca minha pele;

Sinto fome,

Que corrói meu estômago;

Sinto dor,

Em quase tudo em meu corpo;

Mas, dor maior,

É quando me viras o rosto.

Por favor,

Escute o meu mendigar.

Peço-te tão pouco,

Apenas um olhar.

Não me olhe como um estranho,

Não sou um bicho,

Sou um ser como você,

Mas me considera um lixo.

Ajude-me!

Dei-me um pão,

Uma veste,

Um pouco d’água,

Ou uma direção.

E em troca disso tudo,

Dar-lhe-ei minha eterna gratidão!

Marize Lisboa
Enviado por Marize Lisboa em 22/04/2020
Código do texto: T6925263
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