Penúria
Caminho em direção do nada,
Caminho sem direção,
Continuo a caminhar,
Pra quem sabe achar,
Alguém que me estenda à mão.
E se eu lhe pedisse um pão?
Negaria-me a mão?
E se fosse um tostão?
Ficaria eu sem direção.
Sinto frio,
Frio que toca minha pele;
Sinto fome,
Que corrói meu estômago;
Sinto dor,
Em quase tudo em meu corpo;
Mas, dor maior,
É quando me viras o rosto.
Por favor,
Escute o meu mendigar.
Peço-te tão pouco,
Apenas um olhar.
Não me olhe como um estranho,
Não sou um bicho,
Sou um ser como você,
Mas me considera um lixo.
Ajude-me!
Dei-me um pão,
Uma veste,
Um pouco d’água,
Ou uma direção.
E em troca disso tudo,
Dar-lhe-ei minha eterna gratidão!