Uns e outros
Sempre tem os que ganham
E os que perdem
Os que acreditam
E os que aos medos cedem
Tem os que “do achar obstáculos” fazem uma arte
Sempre é mais fácil destruir
E tem os que pelo menos fazem sua parte
É sua forma de contribuir
“Vamos nos unir nesta luta de vida ou morte
Deixe a preguiça suspensa
Juntos somos mais fortes
A vitória será nossa recompensa”
“O que é um papel de bala a menos do chão
No meio de tanto lixo nas cidades
Que diferença na receita faz um cidadão
No bolo de uma sociedade?”
Usar frases animadoras
Ou de total ceticismo
As primeiras inspiradoras
Estas últimas reclamando para si o realismo
Mas a realidade pode ser diferente
Dependendo da forma como cada um quer enxergar
Uns olhando de frente
Outros se negando a encarar
Alguns batem na tecla da armação
Como um mantra para poderem acreditar
O óbvio contrário à sua convicção
É algo difícil de aceitar
E quando algo muda nosso mundo
Onde a humildade não seria humilhação
Da razão fazem um moribundo
E com empáfia apontam outra direção
Se dizem sempre em valores fundamentados
Suas máscaras nunca esquecem de vestir
Se dizem com os outros preocupados
Mas para além do próprio umbigo parece nada existir
Pelo menos neste número de néscios eu não conto
No final não sei de quem será o ganho
A certeza deles para minha dúvida é um contraponto
Se sentem seguros de pensar como rebanho
Mas aos poucos o tempo dá sua resposta
E não tem jeito: tudo será revelado
Aquela pose se mostrará uma crosta
Que raspada nada sobra: está tudo oxidado.