A lição do Coronavirus
Sumiu a flauta que rasgava o silêncio
O vendedor de geladinho
Olha o cabideiro
Guarda-chuva, frutas, batatas, mandiocas
Peixeiro, pão caseiro.
Mas tem muito lá fora, ainda!
O aleijado, a prostituta na esquina
O pedinte vagando a esmo
O menino descalço
Com o pé atolado na lama suja
Na favela sem infraestrutura
Sem luz, esgoto, água potável
Escola e educação
A droga instalada no beco
A fome, a miséria
A mão estendida, a boca faminta
No barraco povoado de almas perdidas
Ainda em construção.
Reflita, pense!?
Você aí na clausura imposta pelo vírus
Você que tem um teto que te abriga
Comida, água fresca, que olha o mundo pelas telas
Você neoliberal, cidadão do bem, homem atual
Que quer o volta à normalidade
Quem não quer?
Vamos voltar iguais, ou vai ser diferente?
As regras sociais vão ser as mesmas
Ou faremos um novo contrato social?
Vamos esperar mais cem anos,
Para novamente a natureza criar uma nova pandemia
Instaurar o caos, para fazer com que ela respire
Recomponha, pelo menos toma um fôlego!
O pobre tem a mesma carne, sangue
Sentimento e dor ,
É tão necessário quanto
Basta um pouquinho mais de chance
Na escola, na saúde, educação
Um pedaço maior de chão, um teto e pão.
Ouve o clamor, escuta o grito
Neste discurso!
Menos egoísmo, mais altruísmo
Empatia, solidariedade
Deixe de ser avarento
Não espere a pandemia acabar
A alternância, a mudança
É aqui e agora, o guia covid 19 aponta
A nova estrada foi aberta
Segue é só caminha - lá
Bem á frente uma nova sociedade
Surgirá