Pocilga

Se há um idiota no poder, é porque os que o elegeram estão bem representados. (Apparico Fernando de Brinkerhoff Torelly - Barão de Itararé))

Curral de porcos...

Lugar sujo, imundo ou inteiramente desorganizado.

O obsceno da pocilga é que tudo gira envolta e dá voltas no seu próprio umbigo sujo.

Porcos sujos

Faca enfiada no bucho.

Aquele grunhido ligeiro

Da varanda se ouve os gritos

As panelas vazias

O cheiro da morte que ronda

Os caixões que estão mais cheios que os lixeiros

Lixos imundos

Porcos do dinheiro

Pocilga de operários que desconhecem sua força

Quartos sem luz

Mesas sem trigo

Crianças rotas sem abrigo

Porcos que percebem o horror da morte

Mas como bichos desumanos só enxergam o dinheiro

Porcos...

Porcos que matam de medo os que seguem vivos,

Mas já estão fedendo de medo

Porcos

Porcos que urram para uma fera besta e burra

Porcos...

Isso não é sonho

É delírio

É pesadelo

Homens de apenas uma

Ou nenhuma virtude

Que chafurdam,

Chafurdam,

Jogam lama uns nos outros

Porcos...

E nós cegos

Palhaços

Achamos que tudo é circo

Ficamos assistindo

A cada eleição que elege outro porco

E segue a pocilga

A faca na garganta

Porco também sonha

Pensa que tem asas

Flutuam como anjos

Em seus caixões de papelão

Ficam nas nuvens

Enquanto um deus guincha

E cobrem seus pés

Com rosários

Bíblias e versículos

Porcos...

Porcos que se apresentam

Com um nada antes

E seguem um nada depois

Eu poderia me deixar vencer

E também deixar de me abater

Quedar-me ao surrealismo

Momento porco

Escrever frases porcas

Outros temas

Exaltar a plateia que baba

Mas ai eu encerraria a minha vida

Sendo só mais um porco no chiqueiro...

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Hei-de chamar aqui como se aqui estivessem.

Irmãos: sabei que a nossa luta

continuará na terra.

Continuará na fábrica,no campo,

na rua,na salitreira.

Na cratera do cobre verde e rubro,

no carvão e na sua horrível gruta.

Nossa luta está em toda a parte,

e em nosso coração,estas bandeiras

que presenciaram vossa morte,

que se empaparam bem no vosso sangue

hão-de multiplicar-se como as folhas

da infinita Primavera.

(PABLO NERUDA)

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POESIA SOCIAL: A poesia social é um tipo de produção literária que aborda questões de valor político e social.