APELO DE MENOR DE RUA
Ei, olhe pra mim,
Veja a minha situação:
Deitado num banco frio
Da estação.
Minha idade eu não sei,
Não tenho onde morar,
Eu nunca fui à escola
Também não sei rezar.
Sou criança esperança,
Esperar da vida o quê?
Perambulando pelas ruas,
Roubando pra comer.
Sou criança futuro,
É o que dizem na TV.
Ser interno na Febem,
E depois virá o quê?
Mas sou criança, moço,
Como outra qualquer.
Preciso de carinho,
Venha de onde vier.
Pra você sou trombadinha,
Pivete, marginal.
Eu sou na verdade o fruto
De um problema social.