O SERTANEJO DO SERTÃO
Ia chuva é o céu chorando sonhos
De quem vive esperando suas espigas
O sertanejo bravo rompe a terra medonho
E impõe-se ser de vidas e intrigas
É indignado com o inferno da política
E batizado pelas lágrimas dos seus filhos
Desde novo tem de trabalhar, analítico
Cada estrela no chão de sementes tem seu brilho
Ele, ardo selvagem de espinhos e sombras
Vê a palidez da ironia em um cadáver
Alguém que deu a vida pra plantar alimentos
Morre de fome num deserto sangrento
Seu cemitério ri-se da franzina população
Pois, da cova, o sertanejo ainda bate seu coração