GIGANTE ACORRENTADO
Em meio a tanta manchete de jornal
Conversa na esquina
Pesquisa, enquete, postagem em rede social
A prioridade é o povo? Imagina!
Dói tanta injustiça disfarçada de bondade
Há uma hora que é preciso abandonar essa falsa cordialidade
Pensar com inteligência, sem violência
Mas fugir de tanta mediocridade
Realidade, essa palavra que assusta
Um povo de dentes apodrecidos
Já saturado de gritos de guerra
E de tantos boletos vencidos...
Mas consumir é doce, é narcótico
Seja para madame na loja,
ou para o menino no sinal, neurótico
esse negócio enlouquece...
Queria ver esse povo
Não de chinelo gasto na fila do hospital
Mas tratado com respeito e dignidade
Do tipo: herói nacional.
Com moral, saúde e educação
Escola padrão FIFA
Um diploma na mão
E muita força pra lutar.
Porque sem luta, meu amigo,
Não se consegue nada...
A não ser pra essa gente desonesta
De paletó e gravata
Que decide o rumo da nação
Mas só pensa no umbigo e no poder
É por isso mesmo que eu e você
Juntos, conscientes, em comunhão
Como irmão, de fé, de coração
Devemos dar a mão, usar a razão
Pra tanta safadeza, escândalo, corrupção
Dizer não! Dizer não! Dizer não!
Mas dizer só não basta,
Vamos agir, reagir, nos unir
Mudar o que muitos pensam “imutável”
Fazer o que muitos querem “irrealizável”
E a mudança pode acontecer,
Pode crer!
Chega de partido, de ideologia, hipocrisia
Esse discurso já dá náusea, causa azia...
A esperança é pra agora
Chega de esperar
O país do futuro
Não aguenta mais lamentar.
Abra os olhos, acorda povo
Gigante acorrentado
Somos preto, índio, branco,
Pobre, alegre, mulato
Somos um, somos milhões
É preciso quebrar esses grilhões
E com o caminho aberto
Colocar nosso Brasil no rumo certo.