A ROSA DO CIRCO
Rosa era flor murcha sem perfume
Não gostava do seu corpo gordo de bolo
Invejava a irmã, bunda de vaga-lume
Achava seu marido um bêbado, um tolo
Quisera nunca ter tido filhos: dor de cabeça
Quisera nunca ter casado, foi ingenuidade
Quando moça, não sabia o que era tristeza
Hoje, a fome é companheira de verdade
A miséria é seu manicômio e seu lar
Tomou pílulas, ficou intoxicada e não morreu
Foi só uma dor a mais no seu bailar
Bailarina, rodopia nos palavrões como quem tudo perdeu
Um dia, talvez, a filha case com um rico
Traficante. A vida melhore. Se feche o circo