VÍRUS URBANO
Nestes tempos de pandemia
Vejo a vida da janela...
As árvores estão mais verdes, as flores mais belas
A claridade da tarde, que a fumaça escondia.
Pior não poder ir ao encontro dela
Caminhar pelas ruas quase vazias
Desimpedido deste medo que asfixia
Me livrar do ócio, fugir da sentinela.
Muito mais saber que este momento singular
Desfaz rotinas, tira as coisas do lugar
Traz dor, mesmo pontual.
Começo a sentir falta do burburinho, do caos urbano
Aquele vírus que entre nós, humanos
Faz da desordem algo sempre normal.