Enquanto a pandemia não acabar
Vejo a banda passar,
Não anda tocando coisas de amor
Espalha medo, terror
A morte ronda, espreita
Vem afogar
Um louco, fronteiriço no comando
Volta no tempo, alguns séculos
Derruba a ordem das coisas
Famílias entrincheiradas, armadas
Se defendem
Os bandidos atacam em melícias
Os pobres padecem, são pisoteados
Trucidados morrem
A chefia se ajeita
Distribui armas virtuais
Empolerado no poder
No domingo tem culto
O pastor concilia, perdoa a todos
O mundo segue
A banda volta a tocar
Mas, invés da musíca
Esparge o vírus
O povo ignora
A pandemia reina
Eu tudo noto impaciente
Sem acreditar
O mundo vai acabar
Devido a um maluco
Em seu transloucado sonho
De eliminar a esquerda, o comunismo
De não dar crédito
A ciência, ao novo
Ao funcional, e, tudo derrubar
Com a força da caneta azul
Da ignorância, do populismo ignóbil
Com seus cascos raspados
Na estupidez
Adota o discurso do achismo
Aquele que tudo sabe, vê, crê
A cloroquina, misturada a vodka e o limão
Eliminará
Não existe doença, uma gripezinha apenas
Que não tem efeito catastrófico
Como mostrado na mídia
Balela, o povo precisa trabalhar
Vai lá e grite o país acima de todos
Deus acima de todos de peito aberto
Junte-se ao maluco
Vá bater o bumbo
Tudo vai passar
Até seu funeral
E não vai demorar