MÃO DE DEUS
Foi em meio à pandemia
E a fome daquele dia
Que, à nossa moradia,
Chega a Solidariedade
Na pessoa de um homem
Que nem nos disse seu nome,
Mas matou a nossa fome
Com sua Generosidade.
Sem saber nada da gente,
Nos falou tão mansamente,
Nos serviu pacientemente,
Com ternura e amor.
Depois que a gente comeu,
Todo o resto recolheu
E alimentos mais nos deu
De inestimado valor.
E, então, se despediu,
Com carinho nos sorriu,
Logo em seguida saiu
Só com os pertences seus.
E, desde, aquele momento
Nós temos pressentimento,
Todos, num só pensamento,
De que ele era a mão de Deus.
Bagre, 31 de março de 2020