VÉSPERAS

Enquanto a bela tarde expira

Enquanto o pássaro suspira

Murmura a fonte um lamento

As ervas dançam ao vento

O sol morre tristemente

Por de trás do verde monte

A voz morre surdamente

Nas fumas do horizonte

Canta a natura, a grandeza

Passam as nuvens ao vento

Vê-se da tarde a beleza

Minh’alma suspira um tormento

E a Lua sobe tranquila

Do Sol, a força roubando

Como Sansão e Dalila

Dele, os cabelos cortando...

Eis o silencioso momento

Que chega augusto e sereno...

A hora languida do tempo

Que torna um instante ameno...

Expressa a poesia o que sente

A Terra que louva a Mãe pia!

Desce a noite e... calmamente

Cantam os anjos – Ave-Maria...!

(Cassino-RS, fevereiro 1939)

Attilio dos Santos Oliveira
Enviado por Attilio dos Santos Oliveira em 19/03/2020
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