Liberdade
Sou a voz que grita
Nas favelas e nos campos
Estrangulada, contida.
Sou a garganta aberta
Dos miseráveis e aflitos
Ao clamor interrompido.
Sou a palavra não dita
Pássaro em vôo abortado.
Sombra de uma promessa
Não cumprida.
Sou o canto que não ecoou
Preso na masmorra do arbítrio
De uma lei que se calou.
Sou um morcego negro
Esvoaçante, que cruza
Os céus da cidade
Em noite de lua pálida.
Sou a gargalhada sussurrante
Inaudível em meio ao caos.
Meu nome é Liberdade.