Liberdade

Sou a voz que grita

Nas favelas e nos campos

Estrangulada, contida.

Sou a garganta aberta

Dos miseráveis e aflitos

Ao clamor interrompido.

Sou a palavra não dita

Pássaro em vôo abortado.

Sombra de uma promessa

Não cumprida.

Sou o canto que não ecoou

Preso na masmorra do arbítrio

De uma lei que se calou.

Sou um morcego negro

Esvoaçante, que cruza

Os céus da cidade

Em noite de lua pálida.

Sou a gargalhada sussurrante

Inaudível em meio ao caos.

Meu nome é Liberdade.

João Drummond
Enviado por João Drummond em 11/02/2020
Código do texto: T6863664
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