Alumínios & Alucínios I
I. Uns fabricam o amor que não sentem, outros o amar não lhes presta serviço...
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A paixão o operário despreza,
Como se lhe custasse as ações
Das quais não tem destreza,
Fingindo ter no trabalho razões
Para faltar-lhe a gentileza
Que espera dos patrões.
Dói-me e com mórbida certeza:
Sou engenho de inquietações
E amor não é lucro ou riqueza.
Como poderia sonhar multidões
E ser mais-valia à empresa?
Temo o desemprego das emoções...
O que para alguns é esperteza,
À revelia das tolas ambições,
Só demonstra a tristeza
D'um espírito sem aspirações.
Após paga a despesa,
Qual o preço que te impões?
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Hernán I de Ariscadian - Alumínios & Alucínios I