SER INVISÍVEL

Eu sou mais um que implora

Por um mísero tostão

Eu sou aquele que chora

Quando o filho pede pão .

Eu sou o moribundo desprezível

Que sequer tem identidade

Eu sou aquele ser invisível

Aos olhos da sociedade .

Para não sermos um empecilho

Pedimos em inúmeros sinais

Mas eu e meu filhos

Ainda somos tratados como marginais .

Não entendo essa violência urbana

Nem tão pouco seus motivos

Só tendo uma alma insana

Para querer nos queimar vivos .

Minhas crianças tremem de frio

Cobertas apenas por um jornal

Mas se não às vigio

Alguém pode lhes fazer o mal .

Minha companheira chora todo dia

Por vivermos nesta situação

Chorando digo assim pra Maria :

- Chora não meu coração .

Um dia nosso país toma jeito

E os homens de gravata se unirão

Aí agente vai ter respeito

Emprego , moradia e pão .

Nossos filhos poderão estudar

Mostrando assim o seu valor

E não custa nada sonhar

Com um deles sendo doutor .

Igor da Silva Chaves
Enviado por Igor da Silva Chaves em 16/01/2020
Reeditado em 20/01/2020
Código do texto: T6842974
Classificação de conteúdo: seguro