MIRTO E MARTA – CENAS DE UMA TRAGÉDIA
Marta e Mirto conheceram-se no Porto
Trocaram cartas,
Prometeu conforto,
Mesa farta,
Quando a polícia bateu à porta
Procurando o consorte,
Mirto, acusado de furto
Marta prostrou-se inerte,
Depois surtou
Correu para o quarto
Entrou em trabalho de parto
Marta namorara o Roberto,
Noivara o Alberto,
E prenhe, talvez, do Humberto
Ou de algum outro incerto
Que estivesse por perto
Quando a viatura fechou a porta
Marta quase perdeu o Norte
Mulher forte, não se fez de morta
Mirto lamentava a falta de sorte.
Breve estaria no semiaberto
A mãe de Marta estava certa
Quem nasce torto, nunca se conserta
Mirto praticou outro furto
A liberdade foi curta
Marta mudou de endereço,
Enfrenta os apertos, procura um recomeço
Não quer nem ver Mirto por perto