Olhinhos Engrenagem
Redondinhos, brilhantes, estrelados
Só no seu mundo a girar
A sincronia era só do par
Pensando em mais nada entrelaçados
Era uma vez uns olhos que “nem aí” para nada
Na boca venenos entrando e saindo
Fígado e coração se deteriorando
Mas via só o bonito, um mundo de conto de fadas
Na sua autonomia um preceito
Não queriam reconhecer conexões
Cílios era o máximo que permitiam suas reflexões
O resto? Não lhe diziam respeito
“Cuidado com a Diabetes!”, mas nunca davam ouvidos, pois
“-Ah, devem ser dançarinas! Da festa, não vou roer a corda
E, ademais, já dizia o ditado: o que não mata engorda”
Mal sabiam que estas faziam os dois
O certo é que um dia ficou ruim a visão
Pediram para o cérebro um auxílio
Pelo menos ver algo com brilho
Nem que fosse na imaginação
Mas o pensador estava depressivo
“-Enquanto cuidavas de si, não lembro de ter me visto
Agora lembrou que eu existo?
Em mim somente pensamentos repulsivos”
Assim, o resto não pode ser tratado como descarte
E não feche os olhos para o que você acredita
Para o passado com trogloditas
Não importa o tamanho, você faz diferença enquanto parte
Então, não deixem que você gire diferente
Não deixe ser tarde demais para o organismo
Você é uma engrenagem importante do mecanismo
Defenda sua verdade com ranhuras e dentes
Unidos é uma qualidade plural
Mente e corpo juntos num objetivo
Não existe felicidade, senão no coletivo
Ter saúde é bom quando é integral