CATARINA EUFÊMEA
No Alentejo nasceu Catarina,
Baleizão é a voz da razão,
Mulher que é minha amiga,
Camponesa que pediu pão.
Alcançou erm frente dos soldados,
Sem medo e mesmo destemida,~
Lutadora, pobre dos arruinados,
Perdeu na luta a sua q'rida vida.
Baleizão de gente muito boa,
Terra mesmo de Catarina...
Foi morta mesmo e muito á toa
Por ser de todos e também minha.
Ceifeira mesmo do nosso Alentejo,
Onde Baleizão a viu mesmo nascer,
Terra onde eu mesmo me vejo...
E onde o sangue jorrou a morrer.
Com o teu sangue faço o meu nome,
LIBERDADE, QUERIDA CATARINA,
Terra de muita gente e de muita fome,
Onde Ela lutou pela sua q'rida vida.
Na sua luta do dia a dia que sol sorria,
Ela sofreu mesmo o dito Fascismo...
Defendia com unhas e dentes a democracia,
Mesmo com o nome a sério do Comunismo.
Catarina foi uma Mulher a sério do Povo,
Que deu mesmo o seu nome ao Partido,
Quiz construir mesmo, um mundo novo,
Porque ela é mesmo boa e não tem perigo.
Filha de gente mesmo muito pobre,
Levava uma criança mesmo ao colo,
Outra no regaço, pedia pão e cobre,
Levou um tiro mesmo no miolo-
LUÍS COSTA
1974