MEDO

Medo

Vivo ou sobrevivo

Não sei ao certo

Medo do perverso

Medo do escondido

Não chego muito perto

Nem do corpo

Nem do afetivo

Segundas intenções

Sempre a visto

Ressabiada

Fico num mundo

Que só falo tudo

Quando estou calada

Um pensamento apreensivo

Um confiar no desconfio

Um sonhar entre grades

Sem caixa postal , a felicidade

Tristeza volta e bate na mesma porta

Que mundo é esse?

Que gente é essa?

Parece que o mundo envelheceu a beça

Contraiu o Alzheimer

Não reconhece mais o amor

Como não sentir medo

Diante de tantas maldades?

Medo dessa vaidade

Medo dos valores invertidos

Medo do pobre rico

Medo do humano sombrio

Simplesmente com medo

Da correnteza desse rio

Desse deserto tão frio

Medo do poema vazio

Por medo ,quanta coisa não vivo!

MABEL Junger

Mabel Junger
Enviado por Mabel Junger em 03/01/2020
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