MEDO
Medo
Vivo ou sobrevivo
Não sei ao certo
Medo do perverso
Medo do escondido
Não chego muito perto
Nem do corpo
Nem do afetivo
Segundas intenções
Sempre a visto
Ressabiada
Fico num mundo
Que só falo tudo
Quando estou calada
Um pensamento apreensivo
Um confiar no desconfio
Um sonhar entre grades
Sem caixa postal , a felicidade
Tristeza volta e bate na mesma porta
Que mundo é esse?
Que gente é essa?
Parece que o mundo envelheceu a beça
Contraiu o Alzheimer
Não reconhece mais o amor
Como não sentir medo
Diante de tantas maldades?
Medo dessa vaidade
Medo dos valores invertidos
Medo do pobre rico
Medo do humano sombrio
Simplesmente com medo
Da correnteza desse rio
Desse deserto tão frio
Medo do poema vazio
Por medo ,quanta coisa não vivo!
MABEL Junger