MIRAGENS DO TEMPO
Somos seres de imanência passageira,
O tempo, em seu aroma, não tem piedade,
Fez-nos perder a bússola em meio à saudade,
Deixando-nos iludidos numa existência forasteira.
A vida se perdeu em estruturas ordenadas pela dor,
Presos em prisões abstratas de um sistema sem ética,
Somos condenados a uma escravidão nada poética,
Que nos faz perder as coordenadas da paixão e do amor.
Somos guiados ao consumismo concreto,
Sem perceber, somos consumidos por sonhos inalcançáveis,
Que nos fazem inertes contemplando ilusórias miragens,
Alienados da velocidade do tempo em vazios desertos.
Perdemos nossa essência tangível,
Enganados por uma sistêmica prisão abstrata,
Que nos fez acreditar que o consumo exacerbado era a única estrada,
E nessas rimas dissonantes e antagônicas, perdemos o ser sensível.