Cruz na Caixa de Veludo (Guerras Assassinas)

Eu vi através dos seus olhos.

Vi a dor da mãe ao ver o filho partir.

Lutar a guerra dos homens.

A guerra fria e suja,

Manchou-se com o sangue do seu menino.

Lembrou-se do choro sentido.

Pelas quedas que tanto tomou.

Do joelhinho ralado, sangrando.

Do dedinho cortado.

Quantas noites de sono perdida,

Quantas vezes fascinada, o olhou dormindo.

Quantas vezes ficou zangada,

Quantas tantas o perdoou.

Agora só restam as lágrimas,

O ódio pelos que o tiraram de si.

Agora só restam as lembranças,

E a cruz de ferro na caixa de veludo.

Antonio Candido Nascimento
Enviado por Antonio Candido Nascimento em 15/12/2019
Código do texto: T6819736
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