Mapa da Violência
Certamente era ela
A princesa da quebrada
E quando estava arrumada
A mais bela da favela
Deseja um amor
Procurava ser alguém
Estudava com rigor
Para prestar o Enem
Foi naquele sabadão
Que ninguém vai esquecer
Todos foram ao Pancadão
Ela preferiu não descer
Ficou em casa estudando
A história do Brasil
Escutou um forte estrondo
Era um tiro de fuzil
Levou a mão ao peito
Sentiu o sangue escorrer
Caiu próxima ao leito
Nem deu para socorrer
Não conseguiu o diploma
Sonho antigo de seus pais
Que tiveram mais um drama
Estampado nos jornais
O povo está revoltado
Já perdeu a paciência
Ela agora é mais um dado
No mapa da violência