Liberdade porque... liberdade para quê?
Ainda veja as grades na janela e observo com a garganta ressecada ao abrir o portão, os dois lados da rua. No último estampido, um pós grito desesperado, um choro ensandecido, o sangue tingindo o asfalto ao lado dos pertences deixados, apenas a vida descontinuada prematuramente.
Eu tenho medo e as vezes reajo.
Trancas reforçadas não abortam um feminicidio.
O mundo violentamente explode na tela potente FULL HD, conflitos, insurgências,
protestos direcionados por quem se recusa largar o osso e as tetas outrora mamadas.
Eu sinto o cheiro de uma guerra sendo articulada, no pós tranca de quem se dizia em cativeiro. Eu continuo com medo, porque receio a liberdade dos hipócritas e seus vassalos. Então, liberdade até onde?
Ainda vejo as grades que embora invisíveis nos trancam.