Mataram Tereza
Tanto que sonhar
nesse desassossego da vida!
Tanto que escavar
no deserto das possibilidades,
no fossário das plenitudes
e mataram Tereza!
Oh, minha deusa!
Tanto que desmantelar
na prisão dos desejos!
Tanto que margear
emboscadas soturnas,
visões nauseabundas
e mataram Tereza!
Oh, minha deusa!
Tanto que escrever liberdade,
abraçar emoções
sentir sem pecados
gozar sem culpas
andar sem medos,
e mataram Tereza!
Oh, minha deusa!
Tanto que quebrar correntes,
juntar os cacos
resgatar as crenças,
reaver essência...
Mas Tereza jaz.
A fome de vida interrompida
antes de ser saciada.
Tereza jaz,
esta que ora é Maria,
ora Joana, Serafina.
Tereza jaz,
esta que é preta, branca, índia,
esta já sem rosto
esta que viu, ouviu, sentiu
silenciou.
Tereza jaz,
na dor do poema
na esquina dos medos
e na força do BASTA!