Os esquecidos pelo mundo

Uniforme no corpo vestido

vestido dentro do caminhão

caminhão carregando o esquecido

o esquecido da desvalorizada profissão

Roupas laranjas feito um detento

detento de um sistema de desigualdade

desigualdade que os obriga lutar por alimento

alimento restrito a uma minoria da humanidade

São os homens do saco que não levam nossas crianças

crianças que os veem como seres nojentos

nojentos não são! Chame de trabalhadores, repletos de esperanças

esperanças que os mantém de pé diante de tantos tormentos

Correndo nas ruas ao anoitecer

anoitecer repleto de violência

violência que os põe em risco até o amanhecer

amanhecer que sucede uma noite de negligência

Sacos no chão perigosos

perigosos pois carregam o desconhecido

desconhecido que lhes faz cortes maldosos

maldosos pois não há aviso de caco de vidro

Carregam no olhar dignidade

dignidade que os repletos de abundância jogam num saco

saco cheio de luxo maltratado pelos habitantes dessa cidade

cidade que engole, digere e caga no lado mais fraco

Eles mantêm limpas as ruas dessa grandiosa aberração

aberração habitante que vê cada um deles como um serviçal agradecido

agradecido por esse mundo ingrato, realmente achas que estão?

Acordem! Eles tão cansados, e ainda assim mantém seus choros escondidos

escondidos guerreiros com suas tão calejadas mãos

mãos tão sofridas para nunca deixar os familiares desnutridos

Todas as noites eles vagam em nosso submundo

carregando o fardo de limpar o que eu deixei imundo

todas as noites parte mais um caminhão moribundo

carregando nele os esquecidos pelo mundo

R J Ferreira
Enviado por R J Ferreira em 09/11/2019
Código do texto: T6790535
Classificação de conteúdo: seguro