A Superficialidade do Meio

Em meio à multidão, me perco

e só volto a me encontrar quando percebo

que ninguém ao redor

vale mais que um instante.

Passamos a vida perdidos

em meio ao nosso próprio caos

e somos tão vulneráveis à ele

que, às vezes, acho que não vivemos

apenas passamos.

E, vendo isso, caralho!

como somos frágeis!

é como uma lâmpada velha,

queimada,

que as pessoas se desfazem

quando não as ilumina mais.

É irônico!

Chega a ser doentio.

Usamos e somos usados

e somos condicionados a aceitar isso,

Mas, por quê?

Por quê?

Por que, se, somos todos como cinzas

cinzas de um cigarro queimado

que, quando caem,

espalham-se, e, sempre

sem serventia alguma.

Mais doente ainda é perceber que,

- o infinito da vida -

dura apenas um instante,

e ao final de tudo isso,

à este, viemos e voltamos

muitas vezes sem deixar nada que realmente nos eternize e,

sem levar nada que realmente tivera nos tocado.

Onde está o problema disso?

Bom, creio eu que,

na superficialidade de cada um de nós.