Gula capital
Glutão nas intenções, quase explode.
Cambaleia pelo espaço, busca portas
Onde há salas com mesas e comida
Entra se entrega à fome, à gula.
Empanturra de vinho, biscoitos e torresmo
Devora pratos de farofa e cachaça
Quase regurgita, mas resiste
Deglute a larva quente,o vômito ácido.
Anda, tropeça e se arrasta esbaforido.
Olhos estreitos em uma redoma de toicinho
Sempre sonolentos, mas atentos.
Mais portas,mais mesas,mais comida.
Entra,senta,come, arrota..!
O seu suor de alho e queijo goteja
Da cara cansada, mas estasiada.
Seu corpo rouba o espaço
Seu cheiro inunda as narinas
Fogem os sensatos envergonhados
As portas se fecham
Só restam as lixeiras.