Poesia Febril

Poesia minha de valor escurecido

ao findar da noite jovem e arredio

meu coração nublado e entristecido

vaga soturno num pálido sonho febril.

Murmuram aos ventos fortes destemidos

versos exaustos qual lágrimas de perdedores

e o ventre inerte de seres vís e deloridos

gemem, clamam com seus surdos louvores.

E no desconhecido agreste das priscas paixões

dilaceram entre os vícios, os desejos: impávida morte

em almas algemadas famintas de sonhos e ilusões

guerreando pela carne que sangra ao profundo corte.

E eu inflamado poeta de tempos escravizados

lastimo pela sorte ausente de amor e de esperança

com pensamentos dormentes e orgulhos enraizados

sem poesia, sem alegria: despedaçada aliança.

Luciano Cordier Hirs
Enviado por Luciano Cordier Hirs em 23/10/2019
Reeditado em 26/10/2019
Código do texto: T6777222
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