Enganos

Sempre estivemos sozinhos

Ninguém nos representou...

Beberam os melhores vinhos...

Para o povo o que sobrou?

Já é hora de acordar...

Promessas somem ao vento.

Ou ventilamos o ar,

Ou certo o sufocamento.

A bota sobre a cabeça...

Voz de comando e chibata...

Lei do silêncio e a chalaça

De quem a vida arrebata...

E a escravidão sem pesar...

Sangue a correr pela areia...

Injustiça a sufocar

E a presa muda na teia.

Sempre o canto da sereia...

O mar invadindo a proa..

Sangue gelado na veia..

Iceberg que esbroa...

A cabeça sem coroa...

O pé que o calo padece...

Desvio dessa canoa...

Vazio ecoando em prece...

E negro véu do futuro,

Escondendo uma promessa,

Revela por trás do muro,

Real que não se professa...

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 17/10/2019
Código do texto: T6771725
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