Cérebros inteligentes. Será?

Alguns tecidos superpostos, acinzentados,

cheios de neurônios, água, proteína e gordura;

uma massa disforme, com hemisférios separados,

que a cada dia nos traz mais perto da sepultura.

Este pequeno pedaço de nosso corpo senil

propicia entender nossa existência ilógica:

somos passageiros num campo minado hostil

escondendo-nos por entre teorias sociológicas.

Doutores e seus cérebros discutem religião,

matam por política, por racismo ou gênero sexual

"- Oh, como isso me agregará mais admiração!"

E a boiada, a cada dia mais próxima do seu funeral

esquece-se que são apenas passageiros, de só uma geração.

E a vida que se vive não retorna, é terminal.

Rafael Lucas Pires
Enviado por Rafael Lucas Pires em 15/10/2019
Código do texto: T6770488
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