Cérebros inteligentes. Será?
Alguns tecidos superpostos, acinzentados,
cheios de neurônios, água, proteína e gordura;
uma massa disforme, com hemisférios separados,
que a cada dia nos traz mais perto da sepultura.
Este pequeno pedaço de nosso corpo senil
propicia entender nossa existência ilógica:
somos passageiros num campo minado hostil
escondendo-nos por entre teorias sociológicas.
Doutores e seus cérebros discutem religião,
matam por política, por racismo ou gênero sexual
"- Oh, como isso me agregará mais admiração!"
E a boiada, a cada dia mais próxima do seu funeral
esquece-se que são apenas passageiros, de só uma geração.
E a vida que se vive não retorna, é terminal.