Exaltação ao Nordeste!
Da peste da cara afiada
Do rumo de toda sangria
Nordeste de cabra retado
Sertão de todo santo dia
Das margens do Rio São Francisco
Do chão rachado na carestia
Sou sonho das rezas cantadas
Do povo das romarias
Nordeste da pimenta dorida
Dos vales da sacristia
Das roupas de couro embrenhado
Nas palmas que eu não comia
São nove estados cantados
Em cordel de pura metria
As rimas que acendem velas
São luzes de todos os dias
Falta d'água na cacimba
O sonho que perecia
Das rendas bordadas em linhas
Asa branca já não seguia
Os torrões do chão rachado
Nas estrelas que a luz trazia
Voa meu som de sanfona
O triângulo toca agonia
As sombras de todos estados
Ressurgem no chão da Bahia!