Desumano
Desumano
maria da graça almeida
Sou o humano com carma,
um desumano com arma.
Na rasura e na pecha,
sou o alvo e sou a flecha.
Sou um braço sem a mão,
embarcação sem timão.
Ressecado, sem cantil,
sou tenente, sou fuzil.
Sou o capitão ferino,
sob as balas do destino.
Louco diabo sem alma
a espalhar medo e trauma.
E sem razão eu odeio
e sem motivo destrato.
Toda guerra é um meio
de provar falta de tato.