APOCALÍPTICO
APOCALÍPTICO
A eira está suja, mas tende a piorar.
A crer no presente, o lirismo fenecerá
E só existirá a beleza fúnebre sitiada
Por flores amarelas e enferrujadas.
A feiura como praga se espalhará
E, a julgar pelo poder que hoje há,
As leis serão forjadas com patas
De cavalos vivos e, ferreiros de togas,
À sombra de Rui Barbosa, ainda livrarão
Os cocheiros que perderam os chicotes.
O escárnio será tal que, sem que se note,
A indecência será pública, pois já não
Há espírito público, mas só caras d’pau,
Amantes de si a dar o exemplo mau.
Macapá-AP, 28/09/2019.
(S.C. Ribeiro Torquato)
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