BOTEQUIM DE GENTE
Entre os limites do querer ser
Do anonimato ao público,
Um anjo perdido em sua prisão infinita,
De paredes cravejadas de planos de diamantes,
Os planos continuam como planos,
Pois planos não são diamantes...
O tédio me fez exausto...
Chega a ser interessante observar as pessoas,
A moça cheirando o cabelo
Por algum trauma infantil,
Quem sabe...
Velhos hábitos são difíceis de serem trocados.
O que fora construído um dia,
Deixa de existir fisicamente,
Reina em um universo paralelo...
Onde tudo se tem acesso.
Aos sonhos,
Aos diamantes sem valor,
Ao dinheiro supervalorizado
Eu sou apenas mais um grão.
Restos de poeira cósmica
É tudo ilusão...
Sobre a fronteira entre o sóbrio e o talvez,
Já não sei se estou...
Ah,
Toda essa sobriedade normal
Me soa como o medo do que há além.
Apega-se a dez mil,
Tendo a possibilidade inutilizável e alcançável de se ter cem.
As pessoas,
Seus mundos cheios de vento,
Os sonhos,
Seus mundos cheios de insegurança,
O mundo,
Cheio de riqueza negligenciada
Coisas que já se foram,
Coisas que tardam a passar...
Em mais um dia,
Levemente entorpecido...
Pareço alheio,
Insano em um mundo de elogios banhados em inveja de botequim
Já não tenho olhos para o que vejo...
Já vejo que meus olhos não enxergam o suficiente...
Valei-me meu basta!
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