Não há vagas
Treze milhões de pessoas na fila
E outros tantos em filas do subemprego
Não há vagas no mercado
Frutas e verduras
O olho da cara!!!
Não há vagas na oficina
A solda a queimar os olhos pra não ver a roubalheira
Como sol a pino, na fila... o advogado, o engenheiro e o contador
De tanto contar as filas o homem se cansou!
Cansou da corrupção, do apadrinhamento, de planos mirabolantes de salvação
Não há vagas!
Não há vagas!
Vagas não há!!!
A cada porta que se fecha
Um sonho se torna pesadelo!
A casa que não se paga
O feijão que não se compra
A Luz que se apaga
Na fila
O estomago nas costas
A sombrinha e o guarda chuvas
O idoso e o recém formado
Não há vagas, senhores!
Nem para poeta de belezas falar
Não há vagas
A poesia cerrou as portas ...Não há vagas!