minissaia ardente
Uma moça sentada no meio fio
Avistou de longe na calçada
Um ser um pouco sombrio
Se esgueirando pelas sombras
Levantou-se rapidamente
E como se não quisesse nada
Foi andando apressadamente
E aquele homem sempre estava lá
No espaço mais escuro do ambiente
Se bem que andar assim na rua
É uma atitude um pouco inconsequente
Estava com tanto medo
Que entrou em um viela
Que por sinal não tinha fim
De frente com um muro
Ela percebe que alguém se aproxima
E violentamente segurando seu braço
Empurra seu corpo para frente
Antes de tudo dar mal
Seus olhos se abrem
Eram fantasias da sua mente
Perguntando-se sobre o motivo do sonho
Lembrou-se da sua amiga abusada
Numa viela suja e escura
Na qual recriou precisamente
Mas também foi erro dela
Andar desacompanhada
Com uma minissaia ardente
Porque homem pode andar sem camisa
E mulher tem que esconder até o dente
E todo mundo acha normal
Um ser humano ter essa realidade deprimente
Se o homem fosse um dia mulher
Talvez as coisas fossem diferentes.