Protestante
Cenário quase que apocalíptico
Mas era apenas uma manhã de sábado
Com o som característico de vassouras
Que como palha ralam por todo o chão
Som esse que não é de fibra sintética
Mas que ecoa pelo calçadão
E aparece novamente
Conjunto a cantos
Daquele que como protestante
Agradece a deus pela labuta
E no sorriso esconde a luta
De um mundo que não permitiu que o mesmo fosse cantor...
E eu aqui e lá
Sentada
Sempre no mesmo banco azul
E com a perna levantada
Até sua vassoura perpassar
Pensando nas injustiças de uma vida
Produzidas pelo novo sistema escravista
Eu que nada faço e posso fazer poesia
Ele que de tudo faz e o faz com cantoria
Penso no quão feliz ele não seria
Se fosse eu ao ranger o solo
Virando poeira
Debaixo de seu pé....
Mas seria teu canto tão brando
se não fosse por tua fé?