Nada
Academia Virtual de Letras
Patrono: Paulo Coelho
Acadêmico: Mauricio Duarte
Cadeira: 39
Nada
Nada destes signos que pululam
pode traduzir o contemporâneo:
limite do que se insere na curva
descendente da tragédia, sua morte,
sua vida, é indiferente, tais marcas
cuja eficácia é espremida como um
limão, até o fim, até a última gotinha...
Nada das propagandas dos capitais,
ao invadir todos os espaços, pode
preencher cada canto, cada fresta, um
frenesi de alta voltagem digital,
pelo qual tudo e todos se revoltam,
mesmo sem saber, mesmo sem ter a
consciência mesma da própria revolta...
Nada destes luminosos letreiros
acendendo e apagando, num findo
do crescente descompasso entre nosso
bem e nosso mal, pode trazer a
redenção, sendo que não param não,
nenhum minuto: a dor e o desespero,
corroendo o coração de toda gente...
Nada destes banners tremeluzindo
ao redor da fogueira cybertrônica,
highway das estrelas, em uníssono,
pode guiar ninguém, são apenas infernos
se refastelando pelo andar ruim
do prédio, pleno de piercings e tatoos,
em uma morada que não é lar...
Nada das conexões sinápticas
em círculos ao redor de si mesmos
pode veicular na TV ou web
a imensidão destas misérias dos
seres se esgueirando para mendigar
o sexo, qualquer sexo, por um dia,
um dia que seja só, não importa, nunca...
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Academia Virtual de Letras
Patrono: Paulo Coelho
Acadêmico: Mauricio Duarte
Cadeira: 39
Nada
Nada destes signos que pululam
pode traduzir o contemporâneo:
limite do que se insere na curva
descendente da tragédia, sua morte,
sua vida, é indiferente, tais marcas
cuja eficácia é espremida como um
limão, até o fim, até a última gotinha...
Nada das propagandas dos capitais,
ao invadir todos os espaços, pode
preencher cada canto, cada fresta, um
frenesi de alta voltagem digital,
pelo qual tudo e todos se revoltam,
mesmo sem saber, mesmo sem ter a
consciência mesma da própria revolta...
Nada destes luminosos letreiros
acendendo e apagando, num findo
do crescente descompasso entre nosso
bem e nosso mal, pode trazer a
redenção, sendo que não param não,
nenhum minuto: a dor e o desespero,
corroendo o coração de toda gente...
Nada destes banners tremeluzindo
ao redor da fogueira cybertrônica,
highway das estrelas, em uníssono,
pode guiar ninguém, são apenas infernos
se refastelando pelo andar ruim
do prédio, pleno de piercings e tatoos,
em uma morada que não é lar...
Nada das conexões sinápticas
em círculos ao redor de si mesmos
pode veicular na TV ou web
a imensidão destas misérias dos
seres se esgueirando para mendigar
o sexo, qualquer sexo, por um dia,
um dia que seja só, não importa, nunca...
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)