Era assim.

Por entre o sonho e o sono

Está em vir o porvir.

Visualizo e suponho

Som da cascata ao cair.

Passei por outras paragens

Das mais diversas e além.

São tantas suas passagens,

Da queda d'água que vem.

Chegou longe onde permito

Morada que hoje sou.

Cobranças ao infinito,

Por que tudo assim ficou?

Quando meu pranto escorre

Por essa dor que há em mim,

Relembro o Rio que corre,

Nesse aguaceiro sem fim.

De volta ao leito do rio

Por montanhas e pastagens.

Levando um silêncio frio,

Por distorções e barragens.

Goretti Albuquerque.