Tempos de trevas

Vivendo por sob regras

Testando limitações

Nossas vidas por entregas,

Um viver entre prisões.

Desperto e é madrugada

Estou sempre a imaginar.

Adiantando essa estrada

Por não poder me atrasar.

Cortaram a vida na praça,

A prosa com meus vizinhos.

Generais de carapaça,

Destruindo meu caminho.

Ah, que saudades eu sinto

Da minha infância liberta.

Correção vinha de um cinto,

Gado de porteira aberta.

Hoje sinto a ferradura,

A dor da destruição.

A pobre flor imatura,

Cai no solo sem razão.

Parece que o mundo inteiro

Carece de compaixão.

Barro sem mãos do oleiro,

O mal espalhando estão.

Goretti Albuquerque.