6 - JORNADA PAULISTANA

Seis horas da manhã

e todos já estão no trânsito,

os ônibus recheados, ou melhor,

atolados de trabalhadores,

encostados uns nos outros,

porém distantes e indiferentes.

Meio-dia e os restaurantes

estão como um vagão de

trem às sete e meia,

todos comem e conversam

em voz alta, já acostumados

com o vórtice sonoro.

Dezessete horas e os pobres

vão para casa, os estudantes

para as faculdades,

mas a nata paulistana

começa a encher os cafés

e bistrôs em todos os

bairros em volta do Ibirapuera.

Na Av. Paulista as livrarias

e cinemas eruditos vibram.

Vez ou outra finjo-me de nata,

mas não tenho onde cair morto. //

(Augusto Fossatti)

- tordosazuis.com

Augusto Fossatti
Enviado por Augusto Fossatti em 16/09/2019
Reeditado em 19/09/2019
Código do texto: T6746086
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