6 - JORNADA PAULISTANA
Seis horas da manhã
e todos já estão no trânsito,
os ônibus recheados, ou melhor,
atolados de trabalhadores,
encostados uns nos outros,
porém distantes e indiferentes.
Meio-dia e os restaurantes
estão como um vagão de
trem às sete e meia,
todos comem e conversam
em voz alta, já acostumados
com o vórtice sonoro.
Dezessete horas e os pobres
vão para casa, os estudantes
para as faculdades,
mas a nata paulistana
começa a encher os cafés
e bistrôs em todos os
bairros em volta do Ibirapuera.
Na Av. Paulista as livrarias
e cinemas eruditos vibram.
Vez ou outra finjo-me de nata,
mas não tenho onde cair morto. //
(Augusto Fossatti)
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