Sentenciado
Todos os gestos parados
Como se estivesse em transe,
Sob vozes, entre cruzadas,
Enquanto um silêncio ecoa profundo
Em sua voz que se cala.
Versões explicam o fim
Tecendo o enredo de uma vida inteira,
A despeito de seus retalhos,
Seus limites, suas fronteiras,
Como o sol que esconde sua face
Da Terra que o margeia.
Não há erro nesse ato,
Nem na bala que encontra o peito,
Nos traços que moldam seu rosto,
Na sentença de seu direito.
Consagram-se todos os males,
Todas as balas perdidas,
O jure, sua sentença, as coisas em sua vida...
Um pálido silêncio nos lábios,
(Diferente daquele outrora povoado),
Conjugado em todos os tempos
Pelas vozes que se impõem do alto,
Quando em seus lábios insurgentes
Ouvia-se um canto cálido
Com a mesma emoção de uma Ave Maria,
Porém, dissonante, despercebido,
Um som que ninguém mais ouvia.
Na pele o mesmo tom
Do rosto com os mesmos traços,
Os pés sobre o mesmo caminho
Cumprindo o mesmo itinerário.