olhos sem luz
ossos à mostra
corpos da fome
por entre valões
sangue escorrendo
de amigos - e muito menos -
de inimigos
jorrando como borrões
bombas no ar
nos céus das cidades
que matam pais e filhos
que vivem nos porões
pequenos a passear
seja o motivo que for
talvez a brincar
por entre canhões
irmãos de vida vadia
famintos e sofridos
com a bandeira
pérfida da apologia
Eu quero ver
sorrisos
crianças sentadas
no chão verde ou liso
ou na mesa de negociações